It’s 140 characters, not a 'story of my life' kind of site. Well, for some it may be just that. =P
15 stories
·
0 followers

December 04, 2013

4 Comments and 15 Shares

OH MAN



Read the whole story
rubenmfl
3786 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete
4 public comments
steingart
3783 days ago
reply
Nothing better summarizes my distrust of pets
Princeton, NJ
miah
3787 days ago
reply
Do schnauzers always have such existential crises?
Denver, CO
karlkatzke
3786 days ago
The ones I know certainly do. They also have that look where their eyes turn red.
lrwrp
3787 days ago
reply
.
??, NC

Fine-tuning e verosimilhança, parte 2.

1 Share
Os modelos da física moderna são muito sensíveis aos valores de certos parâmetros. Este é um problema de fine-tuning porque é necessário afinar cuidadosamente os parâmetros para obter previsões correctas. Tradicionalmente, estes problemas têm se sempre resolvido descobrindo princípios mais fundamentais que unificam ou restringem os parâmetros livres. Mas como há pouco a dizer acerca de princípios que ninguém ainda descobriu, é mais interessante especular sobre o que seria se estes parâmetros pudessem mesmo variar na realidade e não apenas nos modelos. Multiversos, megaversos, universos exóticos com leis estranhas e assim por diante. Infelizmente, isto baralha algumas pessoas que depois julgam que este problema de fine-tuning está na realidade e não no modelo. É como julgar que a Terra é plana porque o mapa também é. Esse foi o tema da primeira parte (1). Esta é sobre uma aplicação incorrecta do princípio da máxima verosimilhança (PMV) para resolver esse problema meramente hipotético.

O argumento apresentado pelo Bernardo Motta, mas originalmente do Robin Collins, alega que, por um lado, a probabilidade de observarmos um universo como este assumindo os modelos da física é muito baixa por causa desses parâmetros soltos que é preciso ajustar mas, por outro lado, a probabilidade de haver um universo como este é muito alta se assumirmos que existe um deus que quer criar um universo assim. Assim, alegadamente, o PMV leva-nos a crer num deus criador. Isto é persuasivo para quem souber o suficiente sobre o PMV para reconhecer a sua importância mas não o suficiente para perceber o embuste desta aplicação. Como só consigo explicar isto num post chato, peço desde já desculpa pelo que se segue.

Vamos imaginar que lançámos uma moeda dez vezes e queremos saber se a moeda é equilibrada. O resultado foi:

Cara, coroa, coroa, coroa, cara, coroa, coroa, coroa, coroa, coroa.

Se assumirmos que a moeda é equilibrada, com 50% de probabilidade de calhar cara ou coroa em cada lançamento, a probabilidade de ter só duas caras em dez lançamentos é de 4%*. Isto pode justificar rejeitarmos como inverosímil que a moeda seja equilibrada. É mais plausível que esteja torta.

Podemos também usar o PMV para determinar os melhores parâmetros para uma família de modelos. Vamos chamar p à probabilidade de calhar cara, sendo 1-p a probabilidade de coroa. Isto define uma família de modelos onde cada modelo tem o seu valor de p entre 0 e 1. O melhor modelo, pelo PMV, é aquele em que p=0,2 porque assim maximizamos a probabilidade de obtermos os nossos resultados, duas caras e oito coroas.

Para comparar famílias de modelos a coisa complica-se um pouco. Vamos imaginar uma família alternativa de modelos com os parâmetros p1 a p10 definindo a probabilidade da moeda calhar cara em cada lançamento. Se fizermos p1 e p5 ser 1 e os restantes 0, a probabilidade de obter aquela sequência acima será 100%, enquanto a outra família de modelos, mesmo com p=0,2, tem uma verosimilhança de apenas 0,5% para esta sequência de lançamentos. No entanto, é obviamente errado estar a usar os dados para maximizar a verosimilhança atribuindo, a posteriori, uma probabilidade específica a cada lançamento**.

Para compensar este efeito, quando se compara famílias de modelos integra-se as probabilidades por todos os valores dos parâmetros. Neste caso, temos de variar p entre 0 e 1 para a primeira família e todos os p1 … 10 independentemente para a segunda. Apesar daquele pico alto quando os parâmetros da segunda estão exactamente certos, o espaço onde falha é muito maior e a primeira será a mais verosímil. É isto que acontece se compararmos a hipótese dos grãos de areia do estuário do Tejo estarem naquela configuração por acaso ou porque um duende invisível de Caxias usou poderes mágicos para pôr a areia exactamente assim. Havendo tantas possibilidades diferentes, seria improvável calharem naquela posição por acaso. Mas a hipótese do duende tem muitos parâmetros indeterminados. Podia querer pôr a areia exactamente como está mas também podia ter preferido pôr os grãos de outra maneira, mandar a areia toda para Marte, transformar tudo em gelatina de morango ou qualquer outra coisa. Quando consideramos todas estas variantes a verosimilhança da hipótese do duende torna-se ainda mais baixa do que a da hipótese da areia estar assim por acaso. E ainda bem.

Quando o Robin Collins estima a verosimilhança dos modelos da física moderna não usa apenas os valores ajustados dos parâmetros, o que daria uma verosimilhança de 1 porque foram escolhidos para prever este universo. Correctamente, considera toda a variação hipotética desses parâmetros e estima uma verosimilhança muito baixa. Mas depois faz batota com a alternativa. É que isso de Deus ter criado o universo também é uma família de modelos e também tem parâmetros livres. Deus podia querer um universo como este, ou um universo onde aparecesse inteligência logo ao fim de mil milhões de anos ou só ao fim de cem mil milhões de anos. Podia querer um universo completamente diferente e inimaginável com seres de energia, almas desencarnadas ou animais com 15 dimensões. A verosimilhança dos modelos físicos é baixa porque integramos as probabilidades por todo o espaço de possibilidades dos parâmetros livres. Mas um deus omnipotente tem infinitos graus de liberdade. Sem fazer batota na aplicação do PMV a verosimilhança dessa família de modelos é nula, sempre menor do que qualquer alternativa.

* Assumindo que não me enganei nas contas. Mas se me enganei não faz mal porque o que importa aqui é perceber a ideia.
** Se alguém estiver interessado em pesquisar mais sobre este problema, chama-se overfitting.

1- Fine-tuning e verosimilhança, parte 1. Ver também o post do Bernardo
Read the whole story
rubenmfl
3789 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete

amazing

4 Comments and 26 Shares
the_greatest_inventor
Read the whole story
rubenmfl
3830 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete
4 public comments
simonft
3814 days ago
reply
Title text: title="It can also potentially create a black hole that will destroy the earth. That the probability of that happening is infinitesimal is just a technicality."
NYC
anotherwise
3823 days ago
reply
What the last panel said :)
Manila
emdeesee
3830 days ago
reply
This is what I've been saying, you guys!
Sherman, TX
Aissen
3831 days ago
reply
:D

GTA V

2 Shares
F23F77F1B40B27F1F27F1B36F1
Read the whole story
rubenmfl
3855 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete

Treta da semana: o jejum.

1 Share
Há quem se oponha a uma intervenção militar na Síria por razões de soberania. O conceito de soberania e o seu fundamento levantam problemas complexos mas, neste caso, penso que há um factor importante que simplifica a questão. A partir do momento em que alguém usa artilharia pesada, tanques e aviões contra civis, deixa de haver um Estado soberano e passa a haver só uma cambada de criminosos. Por isso, rejeito essa objecção.

Outros dizem-se contra uma intervenção por serem contra a guerra. Preferir a paz, evitar a guerra a todo o custo, essas coisas. Eu também prefiro evitar a guerra. Mas depois de cem mil mortos (1) e quase dois milhões de refugiados (2), parece-me que o tempo de prevenir e evitar já passou. A Síria está em guerra. A questão agora é o que fazer quanto a isso.

O uso de armas químicas* deve ser severamente punido. Nem me preocupa muito se terá sido uma das muitas facções anti regime ou uma das, provavelmente também muitas, facções do regime. As armas químicas não servem de muito contra forças militares preparadas mas são perfeitas para matar civis e nem danificam a infraestrutura. Se a comunidade internacional não reprime de forma decisiva este tipo de ataques, em breve vamos ter ditadores por todo o lado a usar disto contra grevistas, manifestantes ou quem lhes apetecer. Parece-me importante que se bombardeie qualquer ditador cujo regime permita estas coisas; muito mais importante do que passar anos a discutir se foi mesmo o Assad quem ordenou estes ataques.

Por estas razões, à partida eu seria a favor de destruir os aviões, blindados e artilharia do regime sírio. Não traria a paz. Muitos milhões de sírios certamente querem que haja paz, mas aquela minoria que tem as armas, sejam pró ou contra o regime, parece consistir só de bestas que querem matar gente. Enquanto não se matarem todos uns aos outros não haverá paz. Ainda assim, restringi-los a combater só com armamento ligeiro seria um passo na direcção certa. Infelizmente, há dois problemas grandes.

Um problema é que não há vontade política para uma intervenção militar a sério. Vão mandar meia dúzia de mísseis e, dada a complexa rede de ódios que impera naquela região, nem é claro se isso irá atenuar ou intensificar o conflito. O outro problema é que a Rússia tem muito interesse em manter o regime de Assad. Não só pela base militar em Tartus, mas também para impedir a construção de um gasoduto entre o Catar e a Turquia, o que prejudicaria o negócio da Gazprom na Europa. O risco de conflito entre duas potências nucleares com interesses comerciais antagónicos e tanto dinheiro em jogo aproxima-me do lado do “que se lixem os sírios”.

Em suma, não faço ideia do que será melhor e ainda bem que não sou eu a decidir.

Perante esta angústia de saber que há dezenas de milhares de pessoas a morrer, milhões de refugiados e nenhuma solução para o problema, o Papa Francisco receitou jejum e orações. Uma espécie de homeopatia das relações internacionais. Não serve de nada aos sírios. Como os católicos esclarecidos insistem regularmente, o deus deles não intervém e o dos sírios certamente já recebeu pedidos suficientes para intervir se estivesse para aí virado. Mas o jejum e as orações sempre aliviam a angústia de quem quer ajudar e assim se convence de que fez alguma coisa. O tal efeito placebo.

O perigo destes tratamentos alternativos é substituírem os outros que têm algum efeito. O jejum e as rezas não fazem mal nenhum. Quem se sentir aliviado com isso pois jejue e reze à vontade. Mas não deixem de acrescentar à sensação de terem ajudado o efeito prático de ajudarem mesmo. Por exemplo, com donativos ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (3). Há dois milhões de refugiados sírios, muitos deles crianças, a jejuar mais do que é saudável. Em vez de passarmos fome com eles, preferirão certamente alguma coisa para comer.

* Parece-me estranha a implicação de que os explosivos não são armas químicas. Eu preferia dizer armas tóxicas. Mas para não criar confusão, vergo-me à convenção.

1- Wikipedia, Casualties of the Syrian civil war
2- UNHCR, Syria Regional Refugee Response
3- UNHCR, Donate
Read the whole story
rubenmfl
3869 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete

The Three-Month Wheelie

2 Shares

The Three-Month Wheelie

Read the whole story
rubenmfl
3950 days ago
reply
Lisbon, Portugal
Share this story
Delete
Next Page of Stories